JORNAL POESIA 

Maria Elaine Altoe | QUAL É A SUA CRENÇA?

 
Um dia você  me perguntou  e eu não respondi.
Porque naquela  hora eu não consegui
Acredito que o Pai tem uma mãe
Que foi, por muito tempo  desacreditada
Queimada, humilhada, Esquecida
Porque era o masculino que brilhava
E brilhou
E a chama foi apagada
Porque sozinho, o Pai não criou
Desolou
Secou
Possui
Destruiu
Em busca daquilo que não é nomeado
Chamado poder
 
Então a mãe acreditou
derrubou Suas armaduras,
E no amor renasceu
Aproveitou as cinzas
E reconstruiu
A mulher primária
Aquela que não tem nome
Mas ainda é chamada mãe,
Terra
Água
Rio
Mar
Verde
Fertilidade
Alegria
Alimento
Alma
 
Povos primitivos ou não  ainda lembram seus primeiros nomes
Patchamama
Nanã
Lilith
Demeter
E chamam
E são ouvidos
Porque mãe  contém  em si o Poder maior
Do Amor
Incondicional
Irrestrito
A fonte da vida:
o Feminino
 
E ela se fortificou
Quebrou o modelo
Tirou a armadura
E se reconheceu
Fincou suas raízes no por que a esqueceu
mostrou-se capaz
empunhou o que era seu
O poder de gerar
De alimentar
De criar
O que ainda restava
Não  teve medo de fogo, Caminhou sobre as águas
Desceu ao obscuro
Escureceu
Dormiu
E acordou com asas
Capazes de leva-la
Até  onde precisava
Despida
Só Luz
Alegria
E poder
Não mais destruidor
 
O que constrói
Liberta
E alcança a mão a quem pedir
Deusa mãe
Nem menina
Nem mulher
Nem anciã
Tríplice energia
Que acolhe
Apoia
E nos fornece vida!
 
Autora: Maria Elaine Altoe
Estado: Rio de Janeiro

Related posts