JORNAL POESIA 

Ferreira Gullar | Poema sujo

Que importa um nome a esta hora do anoitecer em São Luís do Maranhão à mesa do jantar sob uma luz de febre entre irmãos e pais dentro de um enigma? mas que importa um nome debaixo deste teto de telhas encardidas vigas à mostra entre cadeiras e mesa entre uma cristaleira e um armário diante de garfos e facas e pratos de louças que se quebraram já Um prato de louça ordinária não dura tanto e as facas se perdem e os garfos se perdem pela vida caem pelas…

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JORNAL POESIA 

Jose Geraldo Souza | Prelúdio do Poeta

Ele era poeta que só escrevia suas poesias sobre a vida Conhecia ao mundo e os seus problemas Retratava tudo através das letras Tinha um grande talento escrever seus versos Pela imaginação que pessoalmente refletia Ficará marcado por toda eternidade Todos seus belos poemas desse caro poeta Autor: Jose Geraldo Souza Link: youtube: https://youtu.be/do74ALUvhg8?si=5aXPDFuAKGszTG_1

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JORNAL POESIA 

Manuel Bandeira | Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando…

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JORNAL POESIA 

Ornelia Goecking Otoni | Utopia

Eu queria outro corpo, outra vida, algo menos triste, verve leve, suave, matizada, colorida. Sem cortes, mortes, ou a ausência dolorida, onde o sorriso fosse abundante, genuíno, constante, crescente. Guardo poços de segredos, medos inconfessáveis, sentimentos irrefreáveis, e um desejo insano de me reinventar, mudar o rumo, desbravar o mundo, sutilmente, firmemente, devagar. Trago sonhos incoerentes, ideias irreverentes, postura inconsequente pouco fugaz Tenho certezas, dúvidas, respostas, perguntas. Caminho na corda bamba do tempo sem saber quem sou, onde estou. Talvez outro corpo, noutra vida, faria utopicamente reconhecer meus avanços, me…

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JORNAL POESIA 

Vinicius de Moraes | Soneto de fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento. E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não…

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JORNAL POESIA 

Amor

Amor Amo quem o traz. Amanheço embriagada em seus tentáculos. A vida inteira espero por ele. Amor Amo o que vem dele, Ameniza os meus desejos . Ah, o que seria de mim sem ele? Amor Amo distribuí-lo a quem realmente precisa. Amanhã será ele o que realmente importará A todos, por toda a Terra. Amor Amo sem distinção, de cor, raça ou credo. Amém, amém, amém. A todos e todas. Amor Amorosamente, que se perpetue, Amálgama de todas as cores, sons e vidas A percorrer este planeta para sempre.

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CULTURA JORNAL POESIA 

VAZIO 

  Um copo;  Um cinzeiro;  Uma taça;  Uma nota musical;  Uma palavra;  Um sentimento;  Um coração;  Tudo Vazio!  Nada mais tem um sentido,  Nada mais tem uma solução.  Tudo foi dilacerado naquele momento, Tudo terminou sem ao menos um último adeus! Tudo se acabou sem um olhar.  Sem vontade de persistir,  Sem esperança de recomeçar.  Só restou a solidão. 

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JORNAL POESIA 

A canção do latifundiário ou El terrateniente

É todo meu esse latifúndio não teu, seu pobre imundo são vastas essas terras e me pertencem nem penses habitá-las, nem penses Elas não nos cabem a nós dois dois mundos inconciliáveis Esses campos são do meu gado não de teu menino, coitado barriga crescida, cheia de verme, argh! afasta-o do meu boi não contamina o meu novilho com o encardido de teu filho São vastos os campos e bem habitados por novecentos e trinta e oito mil gados Não te cabem, minúsculo, mísero trabalhador teu chapéu de palha na…

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JORNAL POESIA 

A praia

Vozes em todas as línguas, Chegam de todos os lugares. Falam alto, bebem, sorriem, Vestem todas as peles.   Mergulho, torpor, preguiça E desejo de um lugar ao sol. Olham para o horizonte Como se lá existisse um farol.   E já ao final do dia, Quando eles se vão, Só areia faz meu chão.   Sem tristeza ou alegria, Olho no mar com sol na testa, E junto os pedaços da festa.   Link do instagram: @eomundoacidade Estado Do Rio de Janeiro Autor: Leonardo Mesentier

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