Espaço experimental Vozes Megafone convida visitantes do Festival do Leitor a declamar trechos de obras imortais via amplificador
Espaço reuniu desde ouvintes atenciosos até protagonistas que interpretaram suas próprias narrativas
Na 5° edição do LER (Festival do Leitor), no Píer Mauá–RJ, um destaque no evento foi o projeto “Vozes Megafone”, que se ergueu como um convite à expressão genuína. Concebido para celebrar a diversidade das vozes e suas histórias, essa iniciativa incentivou pessoas a compartilharem suas emoções de maneira autêntica através da voz.
O Espaço Vozes, iniciativa idealizada e organizada pela escritora e diretora da Mater Produções, Bárbara Cortese Caldas, surge como uma derivação do Espaço Rio de Contos, outra atração criada por ela para o evento, onde o público tem a oportunidade de se expressar através da escrita. Neste novo espaço, o objetivo foi provocar as pessoas a declamarem. Bárbara, juntamente com uma equipe responsável, realizou uma cuidadosa curadoria de trechos literários, tanto internacionais quanto brasileiros, considerando também a música como uma forma de literatura. Foram selecionados 60 trechos que abrangem canções, poesias e prosa, permitindo que o público escolha livremente o que mais se identifica. Entre as opções, estão obras de autores renomados como Emicida, Clarice Lispector, Machado de Assis e Belchior.
Além disso, os participantes também tiveram a oportunidade de escreverem suas próprias palavras e poesias, ou falar alguma outra proposta que julgaram válido. Então, após escolherem o que querem recitar, eles leram no microfone exposto no evento.
Durante o festival, o megafone transcendeu sua função básica de amplificador sonoro e se tornou um poderoso símbolo de coragem e liberdade de expressão, permitindo que indivíduos de diversas origens e experiências compartilhem suas vozes sem restrições, encorajando a autenticidade e a abertura em um ambiente acolhedor e respeitoso. Através deste instrumento, as pessoas tiveram a oportunidade de se manifestar livremente, sem filtros.
Assim, no “Vozes Megafone”, todos foram convidados a participar, quer como ouvintes atenciosos e encorajadores, quer como protagonistas de suas próprias narrativas emocionais. Afinal, este projeto foi muito além de palavras e sons, antes buscou criar conexões significativas entre as pessoas ao promover um ambiente de escuta ativa e respeito mútuo.
“O que pode parecer simples, colocar as pessoas para amplificarem as suas vozes, na verdade é um trabalho delicado e de acolhimento que foi realizado com primor pela equipe do espaço. As reações são as mais diversas, havendo desde pessoas que soltam a voz literalmente não querendo parar mais até os que precisam ser encorajados, o importante é que seja uma experiência significativa para todos os participantes. Além disto, oferecer tamanha pluralidade de textos literários a serem pacientemente escolhidos por si só já é uma ação de formação de leitores e de ampliação de repertório literário dos nossos participantes” diz Bárbara Cortese Caldas, que ainda acrescenta, “entre os que se aventuraram a soltar a voz nos megafones e o público que se mobilizou para assistir, vibrando a cada declamação, não seria exagero dizer que o Espaço Vozes acabou por atingir a casa do milhar dentro do público do evento, o que me faz crer que os megafones chegaram ao Festival do Leitor para ficar.”